O que podem os portugueses esperar das taxas de juro até ao fim do ano?
Taxas de juro podem descer até aos 3% em 2024
Desde o início de 2024 há sinais positivos para quem tem crédito habitação com taxa variável, indexada à Euribor. O crescimento das taxas de juro, que subiam desde 2022, começou a abrandar e, em junho passado, o Banco Central Europeu (BCE) baixou, pela primeira vez, as taxas diretoras. Isto significa que, aos poucos, a descida começa a ter impacto positivo no bolso das famílias portuguesas, que veem a sua prestação mensal a encolher. Descubra com o que pode contar até ao fim do ano.
São cada vez mais as famílias que começam a respirar de alívio com a descida das taxas de juro do crédito habitação. Por pouco que seja, esta redução já se reflete no valor mensal a pagar ao banco, sobretudo para quem continua a ter o seu empréstimo indexado à Euribor a 3, 6 ou 12 meses.
A grande dúvida que agora se coloca é se esta queda nas taxas de juro veio para ficar e se, nos próximos meses, a tendência descendente irá manter-se e, se sim, até onde irá esta descida.
Taxas de juro podem descer até aos 3% em 2024
Apesar da incerteza sobre o ritmo de redução das taxas de juro, a perspetiva entre os especialistas financeiros e os analistas económicos é a de que o ano de 2024 termine com as taxas de juro nos 3%. No entanto, o BCE optou por manter as taxas de juro inalteradas em julho (3,567%), quando a expectativa era de que pudessem diminuir pelo menos umas décimas face ao mês anterior.
Ainda assim, a expectativa é a de que o regulador volte a reduzir a taxa de juro de referência em setembro, para 3,25%, e novamente em dezembro. Isto significa que num crédito habitação de 200.000 euros, com um spread de 1%, a 30 anos, a prestação poderá baixar cerca de 50 euros.
São boas notícias, mas os valores a pagar estão ainda muito longe dos praticados antes de 2022. Recorde-se que entre o início daquele ano e o mês de junho de 2024, as taxas de juro variaram entre os 2,56% e os 4,117% (em outubro de 2023), o que para muitos portugueses significou um aumento na prestação mensal na ordem dos 400 euros para um empréstimo de caraterísticas semelhantes ao referido anteriormente.
Se o caminho descendente continuar ao ritmo esperado pelos analistas, provavelmente apenas no final de 2026 será possível contar com taxas de juro na ordem dos 2,5%. Contudo, é preciso não esquecer que há diversos fatores que influenciam a descida das taxas de juro e que, a qualquer momento, poderão surgir alterações. Por exemplo, se a inflação voltar a subir, é provável que seja feito um reajuste nas taxas de juro e um consequente impacto menos positivo na Euribor.
Portugueses otimistas com as taxas de juro estão a contratar mais crédito
Desde fevereiro deste ano, o número de contratos de crédito habitação voltou a crescer, depois de cerca de dois anos de quebra e de estagnação. Em maio, os novos contratos totalizaram 1.375 milhões de euros, uma subida de 1,8% em relação ao mês de abril. Os dados são do Banco de Portugal e resultam do ‘Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito’.
Para o segundo semestre do ano, especialmente a partir deste mês de agosto, a expectativa de crescimento no número de créditos habitação é ainda mais elevada. O Banco de Portugal acredita que a procura tenderá a aumentar, especialmente entre os jovens, por força dos novos apoios do Governo.
Recorde-se que desde 11 de julho está em vigor a garantia pública do Estado nos empréstimos para a compra de casa até aos 35 anos, uma medida que permite que os jovens tenham acesso a crédito de 100% sobre o valor do imóvel. O objetivo é facilitar a vida a quem pretende comprar a primeira casa, uma vez que o Estado serve de garantia até 15% do valor do empréstimo, já que, por norma, os bancos apenas concedem crédito até 85% do valor da habitação.
Espera-se que esta medida, a par com a Isenção de IMT e de Imposto de Selo, que entrou em vigor a 1 de agosto, democratize o acesso ao crédito para esta faixa etária.
Mas esta tendência não é exclusiva de Portugal. Na zona euro, os novos contratos de crédito habitação também aumentaram no segundo trimestre de 2024, conforme revelado por um estudo do BCE. A nível europeu, os bancos começaram a flexibilizar as condições de acesso a este tipo de empréstimos, apesar de continuar a existir uma taxa de rejeição mais elevada do que antes da subida das taxas de juro.
Se estava à espera que as taxas de juro começassem a descer para avançar para a compra de casa, este pode ser o momento de iniciar a procura pelo imóvel dos seus sonhos. Adicionalmente, se tem menos de 35 anos e ainda não comprou a sua primeira habitação, aproveite os incentivos do Estado, faça contas e verifique se chegou a altura de dar este passo.
Para saber qual a solução de crédito que mais se adequa à sua situação, ou apenas para esclarecer dúvidas, a Twinkloo pode ajudar. Faça a sua simulação aqui.