O que mudou na vida das famílias desde que o BCE subiu os juros?
4 formas de “fintar” os aumentos das taxas de juros feitos pelo BCE
Há um ano, o BCE - Banco Central Europeu iniciava um ciclo de subida das taxas de juro com o objetivo de controlar o aumento da inflação. Em 12 meses, a taxa de juros de referência da Zona Euro passou de 0% para 4%. Depois de um longo período a viver num contexto de juros baixos, as famílias depararam-se com um aumento súbito dos seus encargos financeiros. Mas o que pode ser feito para minimizar o impacto destas subidas.
Existe um “antes” e um “depois” de julho de 2022. Pela primeira vez em mais de uma década, o BCE, liderado por Christine Lagarde, procedia a um aumento das taxas de juro diretoras da Zona Euro – de 0% para 0,5% – para controlar as pressões inflacionistas que foram intensificadas com o início da guerra na Ucrânia. Desde então, o Banco Central Europeu voltou a subir as taxas de juro em sete momentos distintos.
Como consequência, neste último ano, as famílias portuguesas depararam-se com um enorme aumento dos encargos com as prestações dos seus créditos. Por exemplo, uma família que há um ano tivesse um crédito à habitação no valor de 200 mil euros, a pagar em 30 anos, indexado à Euribor a 3 meses e com um spread de 1,3% estaria a pagar uma prestação no valor de 649 euros. Hoje, esse mesmo crédito implica uma prestação de 1.053 euros. Ou seja, um esforço mensal adicional de 404 euros (ou um crescimento de 62%), face aos encargos suportados há um ano – antes da subida de juros do BCE.
Apesar deste aumento abrupto dos encargos financeiros, os números mostram que os níveis de incumprimento das famílias se mantêm muito baixos. De acordo com os dados do Banco de Portugal, o rácio de crédito vencido na habitação situa-se nos 0,3% – o nível mais baixo desde, pelo menos, 1998. O facto de as famílias terem reforçado as poupanças durante a pandemia, a par das diversas medidas para facilitar os processos de renegociação dos créditos à habitação, ajuda a explicar os baixos níveis de incumprimento dos portugueses no atual contexto.
Se tem um crédito à habitação e quer diminuir o peso das prestações do empréstimo no seu orçamento, conheça de seguida algumas estratégias que pode implementar.
4 formas de “fintar” os aumentos das taxas de juros feitos pelo BCE
Não sendo possível prever quando será atingido o pico das subidas de juros por parte do BCE, nem por quanto tempo os juros se manterão em níveis elevados, as famílias devem consciencializar-se de que este aperto extra no seu orçamento pode prolongar-se e adotar algumas medidas que previnam a entrada numa situação de incumprimento. Renegociar, amortizar, transferir ou consolidar são soluções a considerar. Saiba mais sobre elas:
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Fale com o seu banco e tente renegociar as condições do empréstimo
Em caso de dificuldades, o primeiro passo é expor a situação financeira junto do banco onde tem o empréstimo e tentar encontrar uma solução que permita continuar a cumprir com as suas obrigações financeiras. Este processo de renegociação poderá passar por:
- estabelecimento de um período de carência, durante o qual o cliente bancário suporta apenas os encargos com os juros do empréstimo;
- alargamento do prazo do empréstimo (se tal for possível);
- redução do spread aplicado;
- diferimento de capital.
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Aproveite os mecanismos de apoio existentes para lidar com a subida dos juros do BCE
Desde o ano passado foram criados pelo Estado diversos mecanismos não só para facilitar o processo de renegociação dos créditos à habitação, mas também para incentivar as famílias a utilizarem as suas poupanças para amortizar o crédito à habitação. Nesse sentido, até ao final de 2023, os bancos não podem cobrar comissões pelo reembolso antecipado (parcial nem total) nos contratos de crédito à habitação de taxa variável.
Do mesmo modo, e também até ao final de 2023, as famílias poderão utilizar o valor aplicado em PPR para amortizarem o empréstimo da casa, sem estarem sujeitas às habituais penalizações previstas na lei. Para saber quanto irá baixar a prestação do seu crédito se fizer uma amortização antecipada utilize este simulador.
Além destes apoios, encontram-se também em vigor algumas medidas aprovadas no âmbito do programa Mais Habitação, para ajudar as famílias. É o caso, por exemplo, da bonificação temporária dos juros do empréstimo à habitação. O apoio anual máximo que as famílias poderão receber ao abrigo desta medida é de 720,6 euros.
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Transfira o crédito à habitação
Não tem de ficar “amarrado” ao seu banco durante décadas, até ao final do prazo do empréstimo. Em qualquer momento, os clientes bancários podem transferir o seu crédito para outra instituição que ofereça melhores condições. E este pode ser o momento ideal para o fazer, uma vez que os bancos estão a oferecer condições vantajosas – que passam pela redução de spreads, pela isenção dos custos de transferência ou pela oferta da primeira anuidade dos seguros – para os clientes que decidam transferir os seus créditos à habitação. Se tem dúvidas sobre se esta é a solução mais adequada para o seu caso pessoal, faça uma simulação e fale com um especialista aqui.
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Pondere a consolidação de créditos
Uma outra solução alternativa para quem tem vários empréstimos, incluindo habitação, e se debate com dificuldades em pagar todas as prestações é a consolidação de créditos. Através deste mecanismo, os diversos créditos são reunidos num único empréstimo e, como tal, o cliente bancário passa a pagar apenas uma prestação, a uma única entidade. Saiba mais como funciona esta solução aqui.
Não adie os problemas, antecipe-os e tome as rédeas da sua vida financeira! E no que diz respeito a crédito, nomeadamente a crédito habitação, conte com a Twinkloo para encontrar as melhores soluções para o seu caso pessoal.